4 de set. de 2011

Parte 11


Amanhecia lá fora, era bom se levantar e ter a certeza de que seria melhor hoje, bom dentro dela havia essa certeza, mas as entrelinhas e esboços que a esperavam lá fora não haviam lhe mencionado nada. Mas mesmo assim ela insistia, batia na porta e queria com todas as suas pitadas de fé que isso fosse verdade, um sorriso lhe surgia em face, e bom ela sabia que um sorriso quebrava qualquer tipo de impedimento.
Sonhei com Joe noite passada, com seu sorriso, ele segurava minha mão, com tal confiança que não queria soltar, eu também sorria para ele, mas como um impedimento não pude ver mais seu rosto, apenas um reflexo seu, sua mão ainda estava atada a minha, ele dizia que era para continuar, que deveríamos continuar, seguindo com passos iguais e pensamentos idênticos, lembro-me que me caio uma lágrima quando ele me falou isso, acho que deveria ter me causado espanto, pois eu precisava ver sua face e tudo o que eu tinha era a confiança de ter sua mão atada a minha.
Levantar se tornou algo monótomo, pela manhã nunca via ele, mas esse sonho me pôs um grande questionamento dentro da minha cabeça, é como se agora, tudo estivesse bagunçado aqui dentro, Sam dizia que sonhos explicavam sempre algo para nós, como uma indireta entende? Eu nunca havia sonhado e agora sonho justo isso.
E deitada em minha cama com meu diário sobre minhas pernas, olhando para a janela de Joe, não consigo lhe ver, já se passaram uma hora do horário marcado em que nos encontrávamos, uma pitada de medo começou a surgir, ele nunca havia feito isso, porque agora? porque hoje?
O dia se passou como algo incrivelmente lento e entediante. Tentava fazer qualquer coisa e tudo o que me vinha em mente era Joe.
Carlota,1937*
*Obs: Por favor apenas apareça de um sorriso para mim, quebre este medo que cresceu aqui, você sabe que você já tem uma parte sua dentro de mim, apenas avise, de um recado, apareça confuso e fale com Sam, mas não me deixe nessa apressão.

Quem quiser dar uma olhadinha nas partes anteriore é
só clicar aqui: Entrelinhas de um tempo!
Quem acompanhar até o final da história, 
estarei dando um selinho, como agradecimento.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

"Escrevo porque encontro nisso um prazer que não consigo traduzir. Não sou pretensiosa. Escrevo para mim, para que eu sinta a minha alma falando e cantando, às vezes chorando.”/Clarice Lispector*